Crítica de Anchieta Nery

Valsa nº 6” foi escrita por Nelson Rodrigues em 1951, para marcar a estréia da irmã Dulce Rodrigues. Ficou pouco em tempo em cartaz, apesar dos aplausos da crítica. É um monólogo bem ao estilo do dramaturgo: a personagem Sônia é uma adolescente assassinada aos 15 anos, morta e viva em cena, que delira. A montagem feirense, com adaptação e direção de Gugu Santos, a personagem Sônia é interpretada por três atrizes – Edilma dos Anjos, Elaine Mattos e Keu Kosta, que se revezam na ruminação de lembranças amargas, envolvendo os personagens que marcaram sua vida, principalmente a mãe e Drº Junqueira, maníaco sexual suspeito do crime. O recurso utilizado pelo diretor ao invés de complicar a compreensão da trama, de natureza já complicada, ajuda na compreensão: as três atrizes demonstram química perfeita, oscilando as alucinações da personagem, ora uma criança idiotizada, ora uma mulher fatal. “A composição do personagem e dos elementos introduzidos em cena é resultado de inúmeras experimentações e pesquisas sobre o universo rodriguiano”, explica Gugu Santos. Elaine Mattos, como o diretor e as duas outras atrizes, é estudante de Letras da Universidade Estadual de Feira de Santana. Não economiza elogios à obra ousada e inovadora de Nelson Rodrigues que está para o teatro brasileiro como a Semana de Arte Moderna está para a literatura e artes plásticas. “É um desafio encarar um personagem tão complexo, principalmente com uma montagem ousada. Mas valeu a pena. Sônia arrebata, cativa e, principalmente, emociona.

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Crítica de Anchieta Nery

Valsa nº 6” foi escrita por Nelson Rodrigues em 1951, para marcar a estréia da irmã Dulce Rodrigues. Ficou pouco em tempo em cartaz, apesar dos aplausos da crítica. É um monólogo bem ao estilo do dramaturgo: a personagem Sônia é uma adolescente assassinada aos 15 anos, morta e viva em cena, que delira. A montagem feirense, com adaptação e direção de Gugu Santos, a personagem Sônia é interpretada por três atrizes – Edilma dos Anjos, Elaine Mattos e Keu Kosta, que se revezam na ruminação de lembranças amargas, envolvendo os personagens que marcaram sua vida, principalmente a mãe e Drº Junqueira, maníaco sexual suspeito do crime. O recurso utilizado pelo diretor ao invés de complicar a compreensão da trama, de natureza já complicada, ajuda na compreensão: as três atrizes demonstram química perfeita, oscilando as alucinações da personagem, ora uma criança idiotizada, ora uma mulher fatal. “A composição do personagem e dos elementos introduzidos em cena é resultado de inúmeras experimentações e pesquisas sobre o universo rodriguiano”, explica Gugu Santos. Elaine Mattos, como o diretor e as duas outras atrizes, é estudante de Letras da Universidade Estadual de Feira de Santana. Não economiza elogios à obra ousada e inovadora de Nelson Rodrigues que está para o teatro brasileiro como a Semana de Arte Moderna está para a literatura e artes plásticas. “É um desafio encarar um personagem tão complexo, principalmente com uma montagem ousada. Mas valeu a pena. Sônia arrebata, cativa e, principalmente, emociona.

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